Fratura de quadril no estado do Pará, Brasil: mortalidade oficialmente registrada e comorbidades na população idosa. Estudo de coorte retrospectivo
Palavras-chave:
Fraturas de Quadril, Idoso, Mortalidade, Serviços de Saúde para Idosos, Transporte de PacientesResumo
OBJETIVO:
Avaliar fatores relacionados à mortalidade entre idosos um ano após cirurgia de fratura de quadril no estado do Pará, Brasil.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Estudo de coorte retrospectivo utilizando dados de um centro de referência em cirurgia ortopédica e registros de óbito da Secretaria de Estado da Saúde do Pará. Foram incluídos pacientes com 60 anos ou mais hospitalizados por fraturas no terço proximal do fêmur entre 2015 e 2016 (N = 542). Os dados foram descritos por frequências absolutas e relativas, médias, medianas, desvios padrão, valores mínimos e máximos. Fatores clínicos e sociodemográficos associados à morte até um ano após a cirurgia de fratura de quadril foram investigados. Hipotetizamos que o atraso na intervenção cirúrgica correlacionaria com um aumento no risco de mortalidade.
RESULTADOS:
A taxa de mortalidade em um ano foi de 12,2%. O intervalo de dias entre a fratura e a cirurgia não teve impacto estatisticamente significativo na mortalidade em um ano (OR = 1,01; IC 95%: 1,00-1,03), assim como as comorbidades respiratórias (OR = 3,04; IC 95%: 0,92-10,06). Apenas a idade (OR = 1,053; IC 95%: 1,023-1,084) e o sexo masculino (OR = 2,11; IC 95%: 1,24-3,60) foram estatisticamente significativos com maior mortalidade um ano após a cirurgia.
CONCLUSÃO:
Idade e sexo masculino foram identificados como fatores associados à mortalidade em um ano. Apesar dos desafios relacionados ao transporte e à limitada disponibilidade de cuidados de saúde públicos na Região Amazônica, o atraso na cirurgia não emergiu como determinante do desfecho de mortalidade.